
Sobre Rafael Codognoto
Rafael Codognoto (1985) é natural de Carlópolis-PR. Aos 16 anos iniciou sua formação artística em Curitiba, no Centro de Artes Guido Viaro. Em 2009 concluiu o Bacharelado em Pintura pela EMBAP. Tem ocupado espaços de arte em Curitiba e outras cidades do Brasil e do exterior com trabalhos baseados nas técnicas de pintura e assemblagem. Atuou também como Professor no Atelier de Materiais Artísticos da FCC. Além disso, teve inserção em diversos projetos alternativos na sua cidade, como as oficinas Caminhadas Observacionais e o grupo Croquis Urbanos Curitiba. Desde 2015, desenvolve a linha de ecodesign Lebre por Gato, que consiste no aproveitamento de materiais descartados, customizados na forma de móveis e objetos utilitários.
Em 2018, criou a Galeria Boa Vista, um espaço destinado exclusivamente a exposições temporárias de suas pinturas e assemblagens.
Exposições
Confira as exposições do artista
O Lixo da Cidade (2022)
O LIXO DA CIDADE Dez anos de Assemblage de Rafael Codognoto Por Celaine Refosco / Outono de 2022 No Curso de Pintura da EMBAP, Rafael Codognoto aprimorou o entendimento e amplificou a expressão e capacidade criativa, trazidas da infância. Nasceu em Carlópolis, no...
Retina (2020)
Se arte é criação, as obras são criaturas, que reparam no visitante. Podem velar pelo visitante. Ou mirar no visitante. Distinga as que espiam daquelas que vigiam, ou de outras, que espreitam. Experimente a estranheza de ser examinado, contemplado, encarado. Seu...
Costela de Adão (2019)
Exposição Costela de Adão Mario Sergio Freitas 11 de junho a 11 de agosto de 2019 Galeria Boa Vista, Curitiba Empunhando o alfange com que foi martirizado, SÃO BARTOLOMEU se despoja de uma cruz recortada de sua própria pele. A cabeça remete a OXUMARÊ, o orixá de...
Proteção (2010)
O título se refere às origens latinas com "protectio": cobrir, amparar, abrigar, esconder; apartar, afastar, arredar, livrar. É aquilo que envolve para evitar que quebre, arranhe, suje – invólucro ou embalagem. Mas no contexto da educação infantil, também evoca o...
Canteiro de Espinhos (2014)
Ao entrar nesta exposição, os visitantes se deparavam com os versos do poeta simbolista Stefan George: "... a arfante folhagem ressecada / golpeia com mão invisível." O projeto apresentado ao espaço levou em conta a coerência com o entorno, o jardim histórico da...
Aratuntum (2018)
A palavra Aratuntum significa novidade no idioma iorubá, e foi o título da exposição que inaugurou a Galeria Boa Vista, tendo recebido 170 visitantes nos 50 dias em que esteve aberta ao público. Foram expostas dezoito obras inéditas na técnica de assemblagem com...
Inspirações do Artista

Impregnação
Um dos conceitos mais recorrentes envolvidos na produção de arte de Rafael Codognoto é o de Impregnação.
Refere-se a conteúdos e valores abstratos associados a um objeto de segunda mão, que contrariamente a um objeto novo, não apenas evoca a função a que se destina, como traz uma história impregnada de símbolos, conflitos e vínculos de estima.
Tais objetos conferem um sentido de significação a uma composição artística, quando incluídos como material utilizado.
Como exemplo, citamos uma toalha de enxoval descartada, vista como testemunho de uma possível história que inclui a pessoa que bordou, os diferentes usos por que passou, e a ocasião que levou a jogá-la no lixo. Ou seja, um objeto impregnado de memória e prenhe de significações, originalmente destinado ao esquecimento, é resgatado do abandono e passa a integrar uma obra de arte. Ganha assim uma nova vida, integrado numa obra que amplia suas interpretações.

Fios como elementos compositivos
Na técnica mista que predomina nos trabalhos de arte de Rafael Codognoto, são visivelmente presentes os fios de algodão que conectam os objetos da composição, na forma de costuras ou bordados.
Como referência, podemos citar a extensa obra de José Leonilson (1957-1993) na qual, além de costurar, os fios bordam e inclusive escrevem, desdobrando desta forma tecidos e sentidos, seja literalmente, seja no espaço de significação da obra. Por exemplo, um resto carcomido de tapeçaria se torna o suporte onde novos fios são aplicados, seja destacando figuras da própria tapeçaria, seja costurando objetos como pentes usados, vidros de conta-gotas, velhas fotografias, etc.
Mediante critérios de composição envolvendo assemblagem e impregnação, a obra de arte resulta da união de todos os materiais nela utilizados. Nesse sentido, evoca também as costuras de refugo têxtil no processo de criação dos “Minimundos”, de Arthur Bispo do Rosário (1989-1989).

Assemblagem e colagem
São técnicas artísticas aparentadas. O termo “assemblagem” na linguagem das artes visuais foi enunciado em 1953 por Jean Dubuffet, referindo-se a trabalhos que “vão além das colagens”, conforme a “estética da acumulação”: qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. As fronteiras entre a arte e a vida cotidiana já haviam começado a ser rompidas pelo dadaísmo de Marcel Duchamp (1887 – 1968) e pelas obras Merz (1919), de Kurt Schwitters (1887 – 1948).
A assemblagem difere da colagem, pois os objetos díspares nela reunidos, mesmo compondo um novo conjunto, continuam sendo reconhecíveis, não perdendo o seu significado original. O agrupamento de objetos retirados da realidade liberta o artista das limitações da superfície, passando a ser uma construção sobre um suporte.
A exposição “The ArtofAssemblage”, realizada em 1961 pelo MoMA de Nova York, reuniu obras de Dubuffet e também as “combine paintings” de Robert Rauschenberg (1925 – 2008) e a “junksculpture”.

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e visitar a exposição da Galeria Boa Vista
